terça-feira, 2 de outubro de 2012

Baboseiras Noturnas


            Foram tantas coisas analisadas e pensadas para serem colocadas nesta página da web, e agora, não consigo escrever nada de muito interessante. Já tem um tempo considerável que eu não descrevo nada nesta página, e não foi porque me desapeguei daqui. Quando iniciei este projeto em minha vida não era para ser “fogo de palha”, e cá estou. “O bom filho à casa torna”, como diz o ditado.
            Muitas mudanças ocorreram desde o meu sumiço, claro. Não desapareceria daqui sem um motivo óbvio. Literalmente eu me mudei. Estou na mesma cidade, porém em outra casita. Desde então o meu sumiço se deu por conta disto.
            Acontece que na minha nova residência, o monopólio da internet fixa da operadora infeliz não fez questão de fazer melhorias dos pontos de acesso à internet nas regiões mais afastadas, nos subúrbios, ficando impossibilitado o serviço. Isso me encheu de alegria, pois tem dois meses que moro aqui e consigo viver sem internet, graças a ajuda dos IVA – Internautas Viciados Anônimos, sem “choraminholas” e nem nada disso. “Nossa fia, como cê consegue viver? Como cê consegue se informar?”, eu vivo do mesmo jeito que qualquer um: respirando, ou seja, meus órgãos abusam do oxigênio + nitrogênio + poeira + fumaça das INFELIZES queimadas que acontecem nesta época e com isso eles funcionam. Dó tenho daqueles que dizem não viver sem celular, internet e o caçamba a quatro da tecnologia. Bom, quanto a me informar, a TV funciona aqui em casa, a transmissão local é péssima, mas ainda sim consigo ver as notícias da minha querida cidade, e nesta época, ainda consigo saber que os candidatos à gestão amam a cidade e farão tudo para que o município seja bem governado. É lindo de se ver! Mas isso não vem ao caso agora, né? Muito mais importante saber se a Carminha vai se dar mal e se a Nina vai largar de ser jumenta. E eu também leio jornal. Sim, claro que isso existe ainda.
            Sinto falta da antiga casa. E não é porque lá eu tinha acesso à internet. Lá tinha uma vibe boa, como um amigo me disse um dia. Lá tinha um belo quintal, e apesar de estar a maior parte do tempo trancafiada no meu quarto, conectada à internet ou lendo um bom livro, eu sabia que ele estava lá, e que eu podia olhá-lo quando quisesse, comer acerolas à vontade direto do pé  e ao aguar as plantas poderia banhar a lagarto que de vez em quando aparecia por lá e que eu sabia ser o mesmo porque ele tinha o rabo cortado. Não foi eu que fez isso. Ou observar o beija-flor encostar o bico nas flores tropicais e se encostar no fio da antena parabólica. Eu também sabia que podia me comunicar com o chaninho  da casa ao lado, que ao fim da tarde subia o telhado da casa e eu conseguia vê-lo pela sacada da minha casa, e, de vez em quando, eu jogava sementes de mexerica que faziam um barulho engraçado no telhado e ele tentava, sem sucesso na maioria das vezes, pegar com as patinhas.
            Gosto do meu novo ambiente agora. É mais arejado, mais claro e desde o começo percebi a presença de andorinhas ou pardais (ainda não sei) no alto do telhado, onde construíram um ninho. Isso aviva qualquer lugar. Bom, há um pequeno canteiro e minha mãe juntamente com minha avó conseguiram mudar a cara de “lugar morto” para um lugar chamado “É a sua vez de aguar as plantas”, mas que avivou bem mais a casa. Falando assim até parece que eu não gosto de plantas, mas eu gosto, só acho que não levo jeito para cuidar delas. Sabe, não sou uma menina do dedo verde.
            E como eu consegui postar o texto? Tem internet no trabalho. Então, só precisei de Word para escrever e 5 minutos do tempo para incluir a postagem.
            Sem finalidade especifica, finalizo aqui. É só um compartilhamento de lembranças e ideias processadas na madrugada.
             São 00h40min de 30/09/2012, data festiva para a minha vovó paterna e de muitos agradecimentos a Deus pela vida dela,  ao som de Yael Naïm, com a música Far, Far, eu encerro essa postagem sem pé nem cabeça.





 



Eu e minha voz...